segunda-feira, 5 de março de 2012

Diário de uma Madrinha – 12 de janeiro de 2012



Ana está com 6 anos. Já lê com perfeição e foi, inclusive, convidada a ser a oradora da turma em sua formatura em dezembro, juntamente com um colega, Juan (que também foi seu par na festa junina). Continua lendo tudo que cai em suas mãos, deixando entrever que será voraz leitora (como a tia, claro...)
Sua última professora no Colégio Baluarte ( que ela frequentou desde os 2 anos e meio) foi a Tia Nasa e com ela Ana aprendeu as primeiras letras, tendo muito carinho por essa mestra, por que ela é disciplinadora, mas também paciente e amiga. Fica muito estranho (e engraçado) quando no meio de uma conversa Ana ergue o dedinho pedindo pra falar. Naturalmente isso ela aprendeu no Colégio, com sua Tia Nasa, mas fica fora de contexto quando não se está na escola...
No Baluarte fez muitos amigos, iniciou sua ' vida social ' propriamente dita e aprendeu desde comportamento até a ler e escrever.
Mas tudo que tem começo, tem um fim e chegou ao fim sua parceria com o Baluarte. Neste ano iniciará nova fase em sua vidinha, mudando de colégio, pois precisa continuar seus estudos e o colégio anterior não tem ainda as séries iniciais. Por isso, ela agora fará parte do Reino Azul, um colégio com nome de historinha do Sítio do Picapau Amarelo. Muitos de seus amigos irão acompanhá-la nesta mudança e, juntos, iniciarão novo ciclo.
Estávamos eu e Ana na casa da praia, onde passamos o reveillon. Na varanda, eu e ela aguardávamos por nossa vez de tomar banho. Olhávamos a chuva e Ana, subitamente, ergue seu vestido e estica o elástico da calcinha, aparando as gotas do telhado com ela. Eu me surpreendo e pergunto: “- O que é isso, Ana?!” e ela, muito prática e rápida, como sempre responde: “- eu tô lavando a 'pepeca', pra já ir adiantando pro banho...”
Ontem foi o aniversário de seu pai. Ele nos contou que Ana aproximou-se dele e disse que gostaria de lhe dar um presente, mas não sabe comprar nada e achou melhor lhe dar 'tudo o que ela tinha'. Abriu a bolsinha e de lá tirou duas notas de R$ 2,00 e uma moeda de R$ 1,00, totalizando os R$ 5,00 reais que sua avó Doraci lhe dera pra comprar picolé na praia e ela não gastara. Ao entregar o 'presente-dinheiro' Ana ressaltou: “- Ó, papai. Isso é tudo o que eu tenho.”
Ana ainda preocupou-se se daria pra comprar um presente com aquele dinheiro e Alexandre, emocionado, lhe confirmou que compraria muitos picolés com aquilo tudo e ela empolgou-se, mal acreditando.
Outro dia eu e ela estávamos assistindo um seriado que ela gosta na TV e apareceu um menino de terno e gravata, cabelo loiro e escorrido e ela aponta rápida pra ele e me diz: eu acho ele um gatinho!
Ela continua muito interessada em meninos, bebês, casamento e tudo que se relaciona com família. Na praia ela já tinha me dito que seu tipo preferido seria um homem de terno e gravata e cabelo com franja penteada para o lado, bem comprida, como a do Justin Bieber. Agora sei de onde ela tirou essa imagem do ' homem ideal' …
Antes desse episódio da TV, cerca de uns 15 dias antes, estávamos na sala, em casa, e anunciam na TV o cantor Luan Santana. Ela estava de costas, cuidando de sua ' filhinha' e virou-se rápida pra vê-lo. Eu, brincando com ela perguntei se ela gostava dele, se o achava bonito e ela disse que gostava de suas músicas. Eu insisti eela acabou por admitir que também o achava bonito. Eu, bem fofoqueira, contei pros outros, que riram e ela logo me corta, meio constrangida, meio zangada, se justificando: “ - o que é que tem se eu gostar dele? Se eu achar ele bonitinho? O que é que tem isso demais? Eu gosto das MÚSICAS dele, já disse.”
Depois (quando estávamos novamente sozinhas) me disse que não acha ele muito bonito, não, por que ele usa aparelho nos dentes e ela 'não gosta de homem com aparelho nos dentes'. Preferia o Justin Bieber.
Adoro a cara que ela faz sempre que está se divertindo com alguma coisa. Como quando jogava dominó com sua avó Doraci e esta, num descuido, vira-se pra ajeitar a cadeira. Ana, rápida, pega todas as pedras do dominó que havia 'comprado' e devolve para o centro. A avó percebeu e ela riu divertida.
Ou quando o vovô a coloca sobre os joelhos e cavalga. Quando ele pára, ela faz aquela carinha que eu adoro e diz: “- De novo!”
Ana tem muitos comportamentos de adolescente já aos 6 anos, o que é surpreendente para uma criança, mas como é precoce em tudo e tremendamente inteligente, já estamos nos habituando com isso. Resta-nos saber se na adolescência verdadeira, será mais comedida, sem a famosa fase conturbada que se segue...
Ana, beijo da Tia Déia!

 

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