quinta-feira, 12 de julho de 2012

DIÁRIO DE UMA MADRINHA – JUNHO 2012



Vovó Doraci, a vó paterna de Ana, conversava com ela sobre homens carecas. Travaram o diálogo abaixo:
  • Ana, sabias que os homens carecas são muito inteligentes?
  • Então, mulher não é, né? Por que não tem mulher careca...
  • ?!!

Em outra ocasião, vovó contava para vovô sobre umas crianças que estavam perturbando-lhe o sossego e que ela era uma santa de aguentar aquela gritaria. Em dado momento, porém, brigou com as crianças para que ficassem quietos. Ana, ouvindo, apenas comentou rápida, como sempre:
-Santa..Se fosse santa não brigava com os outros!


Eu e Ana conversávamos e eu perguntei a ela onde ficava o parquinho que ela costumava ir semanalmente. Ela, em tom professoral, começou a me explicar e tive que conter o riso quando ela disse: - Sabe aquela rua lá? Toda empedrada, lá? Que vai pra lá, assim?


Era uma sexta feira e Ana dormiria na casa dos avós. Isso raramente acontece e pra ela é um 'evento'. Estava visivelmente feliz. Na hora de dormir, saiu-se com esta:
  • Vovó, tu podes me emprestar a tua escova de dentes e a pasta, porque eu deixei a minha lá na mochila?
Eu e Ana assistíamos ao filme Parque dos Dinossauros (que ela via pela primeira vez, mas muito interessada). Disse que adora saber sobre dinossauros. Apareceu na tela um determinado dinossauro e ela me perguntou quem era e eu disse apenas:
- Ah, esse é daqueles que...que...só come mato, folhas...
E ela:
- Herbívoro?
- ?!!

Estávamos almoçando e vendo uma reportagem na TV sobre uma festa regionalista. Uma pessoa era entrevistada enquanto, de fundo, um casal caracterizado dançava e dois rapazes dançavam a 'chula' (dança gauchesca). A Ana prestava uma atenção meio exagerada e resolvi perguntar, mas já adivinhando a resposta:
  • Tá achando bonito, Ana? Tá gostando?
  • Tô!
  • De quem? Da dança ou dos rapazes?
  • Dos dois! Mas mais daquele ali, de cabelo de franjinha, igual a do Justin Bieber.
Aliás, esse Justin Bieber, o ídolo adolescente, é citado por ela em quase tudo, desde cabelos, penteados, até música (que é o que ele faz) e por aí vai. Ela sempre compara qualquer coisa com ele, ele é sempre o exemplo.


Fomos ao Parque Brincamundi depois de uma temporada afastados. Eu, ela, tio Dé e Kellen nos aboletamos no carro e partimos rumo ao programa preferido da Ana.
Saímos as 13:30h e só retornamos às 20:00h ! (O que a gente não faz por uma coisa fofa dessas, né?)
De tudo que fizemos naquela tarde de sábado, imagino que ela tenha gostado de tudo, mas ir na livraria é sempre um programa especial pra nós duas, que amamos livros. Ficamos enlouquecidas com tantos títulos! É muito bom ter com quem dividir esse gosto, o da leitura. E de igual pra igual, por que ela fica simplesmente encantada com tudo. Está lendo cada vez mais e melhor. Lê e relê, nos conta histórias...

Mas ela também está na idade de fantasiar e, apesar de não termos ido ao cinema, ela chegou em casa narrando o filme A Era do Gelo que 'assistiu'...( e em detalhes!)
Sobre as profissões que a Ana pretende seguir, já passou por várias até agora, aos 6 anos e 10 meses. Começou dizendo que seria “médica de crianças”. Depois decidiu ter um restaurante. Agora será cantora!
Até lá terá muito tempo para decidir...





terça-feira, 22 de maio de 2012

DIÁRIO DE UMA MADRINHA – ABRIL/MAIO 2012




Ana está agora com 6 anos e meio.

Estava dando banho nela, no fim de semana, quando me conta que na sua sala, na escola, tem uma menina com deficiência auditiva. Travamos o seguinte diálogo:

  • Sabias, tia, que na minha sala tem uma menina que é surda? Ela é especial. Sabe como que a gente fala com ela? Pelos sinais, com as mãos, a língua de sinais, por que ela não escuta.

  • Ah, Ana, mas sabe o que eu acho que é a pior das coisas? É alguém ser cego. Deve ser muito ruim, né?

  • É. Cego nem pode ler nada. Nem pode ler gibi! Só fica lendo aqueles livros cheios de buracos...

O pai da Ana quebrou um dedo da mão direita numa brincadeira com ela. Calma! Não foi ela quem fez isso, não! Foi um acidente.

Então, Ana perguntou para sua mãe, muito séria:

  • Mamãe, o papai tá tomando aquele remédio é pra tirar a dor ou é pra esquecer o que aconteceu?

Uma qualidade que Ana tem é ser prestativa. Sempre que peço: “Ana, me faz um favor?” Invariavelmente a resposta dela é: “Claro!” Sem nem mesmo saber o que é, ela sempre concorda. Pode até ser que depois nem queira fazer o favor, alegando estar 'cansada', mas sempre se predispõe. Uma outra coisa é que sempre que peço para ela sair de algum lugar, como o meu quarto, por exemplo, por qualquer motivo (que nem tenha a ver com ela, é apenas uma conveniência), ela sempre aceita, sem discutir. Enquanto eu, a 'adulta', estou sempre negociando, nunca aceito sem que me justifiquem muito bem, ela nem pergunta nada, apenas vira as costas e sai. Isso desde bem pequena, nunca discute sobre isso. Em relação a outras coisas, ela é até bem teimosa, insistente, mas quanto a isso, não. É bem compreensiva.

É muito amorosa, sempre fazendo cartinhas, cartões, desenhando coraçõezinhos, dizendo que nos ama.

Mas o que mais chama a atenção nela, de fato, é sua inteligência. Ficamos boquiabertos como ela entende tão rapidamente as coisas. É muito observadora também.

No quesito leitura, ela me disse que numa prova tirou nota 10,0. Lê perfeita e rapidamente, muito melhor que muitos adultos. Na verdade, tenho sempre a impressão de que ela só está relembrando as coisas e não descobrindo. Eu a identifico como uma criança índigo.

Sua ansiedade é literalmente gritante. Poucas vezes vi uma criança tão ansiosa. Ela chega a vomitar antes de um evento importante, sua frio e muitas vezes não consegue dormir. É muito 'agitada', nunca conseguindo ficar parada por muito tempo. Conversando com a gente ela se mexe e remexe o tempo inteiro. É falante e fala alto. 

Já trocou os quatro dentes incisivos (superiores e inferiores) e foi tão rápido que ela praticamente nem ficou banguela.


Adora cozinhar e sempre me convida para fazermos bolos ou muffins. Se irrita e frustra por não saber fazer mais coisas. Me contou que em sua casa ela apenas recolhe a roupa e lava a louça. Não sei se é bem assim, como ela conta, mas pelo menos sei que é o que ela gostaria de fazer.

Eu consegui no meu trabalho umas folhas grandes, para plantas de imóveis, e dei a ela para desenhar. Ela disse que adorou desenhar naquela folha grande e propus fazermos um desenho contornando o corpo dela. Ela aceitou e riu nervosamente durante todo o tempo que deitei ela por cima da folha e contornei seu 'corpinho'. Quando se levantou e viu o contorno, ficou muito ansiosa e disse: - “eu tô pelada! Eu tô pelada! Tem que botar uma roupa em mim!”

Na mesma rapidez com que falou, juntou a folha e correu para o meu quarto, pegou giz de cera vermelho e fez uma calça para si própria no desenho. Depois, mais calmamente, fez um rosto e por ultimo uma blusa. Os olhos sempre são arregalados (sinal de desconfiança) e a boca sorridente. Mas desta vez, depois de ver a boca sorridente, depois que pendurei o 'quadro', ela fez uma boca mais aberta e desenhou dentes, mas quis explicar que ela não era banguela, por isso os dentes. Dentes em desenhos de criança tem a ver com agressividade, mas no caso dela, acho que foi mais por que ela é muito detalhista, perfeccionista (como toda virginiana) e muito 'pé-no-chão', sempre querendo fazer tudo dentro da realidade, não se permitindo abstrações.

Desse jeitinho, Ana vai crescendo...

Passa tão rápido, não?...



segunda-feira, 5 de março de 2012

Diário de uma Madrinha – 05.03.2012


Estávamos eu e a Ana vendo TV no meu quarto. Saí pra ir ao banheiro e, quando voltei, a TV estava desligada. Estranhei, pois o comum é a Ana ligar até mesmo se eu não estiver no quarto.
Perguntei: - Ana, porque a TV está desligada?!
E ela, séria, com pouca paciência: - “Não é aconselhavel para menores de 10 anos”.
“Ah!”, fiz eu, e contive um sorriso.
É claro que se fosse eu já iria transgredir a ' regra', mas ela, correta, ciosa do que é certo e errado, ingenuamente, nem mesmo mudou de canal, mas desligou e ficou lá, sozinha, em silêncio, me esperando...Não é bonitinha?
Outra da Ana é que ela disse pra sua mãe que não queria mais ser médica quando crescesse, mas dona de restaurante!
E já tinha tudo planejado, até os uniformes! Seriam marrons, 'com manguinha aqui,' faz ela o gesto da altura no braço. A mãe achou que marrom não ficaria bem e mudaram pra branco.
Ana definiu o que cada um da família faria (sim, seria uma empresa familiar):
- A vovó Doraci, fará os pratos, os salgados, do restaurante, a comida. Eu (ela, Ana) farei as sobremesas, os doces. A mamãe será a garçonete que servirá as mesas. O papai, ficará no caixa.
  • E o vovô? Perguntam. Ela pensa um pouco e diz:
  • Deixa que eu vou arrumar uma coisa pra ti fazer! No meio do almoço, onde essa conversa teve continuidade, ela diz, eufórica e decidida:
  • Já sei o que o vovô vai fazer. Ele tem uma gaitinha, né? Ele sabe tocar, né? Ele vai ficar lá na frente pra chamar as pessoas.
A vovó Doraci diz que o tio Dé pode ser o gerente e ela, inocentemente, pergunta:
  • O que é um gerente? Respondida essa questão, ela bate o martelo. Ele pode ser o gerente, sim.
  • E a tia Déia? Perguntam, o que fará?
  • Ela, cuidadosamente, diz: - se ela quiser (mas só se ela quiser), ela pode lavar a louça. Mas só se ela quiser!
  • E o nome do restaurante, Ana? Perguntam.
  • Vai ser “Rango de Batalha”! Muitos risos depois, ela decidiu mudar pra “Rango da Hora”.
Num fim de semana destes, passou no jornal da TV uma notícia triste. Uma menina de 3 anos, indo pela primeira vez a praia com os pais, foi atropelada por um jet ski desgovernado, pilotado por um rapaz de 14 anos. Ela estava na areia, deitada, e morreu na hora. Ana assistiu a reportagem e ficou muito chocada. Ela adora crianças.
Mais tarde, ela entrou no meu quarto, com uma toalha de rosto enrolada em baixo do braço, carinha triste. Eu entre divertida e preocupada, perguntei pra quê aquela toalha, pedi pra ela colocar de volta no lugar. Ela me faz um sinal, pedindo pra parar de falar e diz que já chorou 8 (!) vezes !
Insisto e ela repete o gesto pra eu parar de falar. Depois diz que não pode falar, senão vai começar a chorar de novo. Pede licença, os olhos lacrimejando e sai pro corredor. Retorna meio minuto depois. Esta cena se repetiu 3 vezes, até que resolvi dar um basta e falar sério com ela. Aí, ela teve 'forças' pra me explicar o que era.
  • É que... uma menina...que nunca foi na praia, que foi a primeira vez, e morreu, e eu já fui mil vezes (!)
Compreendi a solidariedade dela, tanta sensibilidade, tanta empatia, mas achei meio dramática, bem ao gosto da Ana...
Eu a consolei, expliquei algumas coisas pra ela sobre hora da morte, dizendo que todos nós temos a nossa hora, embora não saibamos, e isso a confortou. Depois, ao ver um cachorro morrer num filme ela mostrou ter aprendido bem a lição e disse: - tava na hora dele, né?
Hoje, Ana fará sua primeira prova na escola. Nem estava nervosa e parecia achar tudo divertido.
Seu dente inciviso superior direito está mole também.
  • Quer colocar a mão no meu dente mole, tia? pergunta ela, sem meias palavras.
  • Não, Ana! Respondo entre divertida e surpresa.
  • A vovó Doraci quis...
  • Mas eu não quero!
Ela comeu um pedaço de chocolate que estava na geladeira e logo comentou comigo:
  • Eu queria morder este chocolate com meu dente mole, pra ele cair de uma vez... (Apesar da intenção, acho que ela não teve coragem).
Então, entre dentes de leite caindo e primeira prova na escola, nossa Ana está crescendo...Que pena...
Beijo da Tia, Ana!

Diário de Uma Madrinha - 23 de Janeiro de 2011




Estávamos eu e a Ana escolhendo um brinquedo para ela pelo Dia das Crianças, na internet.
É mais fácil assim, quando a criança visualiza as opções e vai escolhendo. Montamos uma lista em que consta uma foto do brinquedo, onde encontrar e o preço. Depois é só distribuir pros familiares. Adoro coisas práticas!
Mas, como dizia, montávamos a tal lista pra Ana. Num site ela gostou de uma boneca (tem muita preferência por bonecas, ao invés de outros brinquedos, talvez por ser muito maternal), cheia de dispositivos, fazia muitas coisas, falava muitas frases, etc. Eu vetei, dizendo pra ela:
- Ah, essa não, Ana. Essa é muito cara! Vê só: falta só 0,10 centavos pra R$ 300, 00!
E ela, muito rápida e parecendo feliz por ter achado a solução perfeita:
- Eu tenho os 0,10 centavos!
Uma coisa que gosto na Ana é sua lealdade. Ela não admite que ninguém fale mal de outra pessoa, que ela considere seu amigo, na frente dela. Mesmo quando ela concorda com o que a pessoa está dizendo, o máximo que faz é sorrir sem graça, mas não fala nada. Isso reflete bem seu caráter, sua personalidade, seus valores.
Também é muito diplomática, desde bem pequenininha, e sabe contornar uma situação pra não ofender alguém.
Detesta despedidas. Emociona-se, fica meio inconsolável em certas ocasiões, quando está mais sensível. A impressão que se tem ao olhar a cena é de que ela nunca mais verá aquela pessoa.
É muito carinhosa e adora chamegos também.
Não é muito persistente e logo desiste se algo está difícil, mas nos impressionou quando decidiu que queria que tirassem as rodinhas de suas bicicleta. Está com 6 anos e certamente isso já seria motivo suficiente pra não precisar mais andar com uma bicicleta com rodinhas, né? Seria muita humilhação!
O vovô fez o que ela pediu num fim de semana, e ela caía, levantava e seguia firme em sua decisão de aprender, até que...conseguiu! Viva! Que vitória!

Diário de uma Madrinha – 12 de janeiro de 2012



Ana está com 6 anos. Já lê com perfeição e foi, inclusive, convidada a ser a oradora da turma em sua formatura em dezembro, juntamente com um colega, Juan (que também foi seu par na festa junina). Continua lendo tudo que cai em suas mãos, deixando entrever que será voraz leitora (como a tia, claro...)
Sua última professora no Colégio Baluarte ( que ela frequentou desde os 2 anos e meio) foi a Tia Nasa e com ela Ana aprendeu as primeiras letras, tendo muito carinho por essa mestra, por que ela é disciplinadora, mas também paciente e amiga. Fica muito estranho (e engraçado) quando no meio de uma conversa Ana ergue o dedinho pedindo pra falar. Naturalmente isso ela aprendeu no Colégio, com sua Tia Nasa, mas fica fora de contexto quando não se está na escola...
No Baluarte fez muitos amigos, iniciou sua ' vida social ' propriamente dita e aprendeu desde comportamento até a ler e escrever.
Mas tudo que tem começo, tem um fim e chegou ao fim sua parceria com o Baluarte. Neste ano iniciará nova fase em sua vidinha, mudando de colégio, pois precisa continuar seus estudos e o colégio anterior não tem ainda as séries iniciais. Por isso, ela agora fará parte do Reino Azul, um colégio com nome de historinha do Sítio do Picapau Amarelo. Muitos de seus amigos irão acompanhá-la nesta mudança e, juntos, iniciarão novo ciclo.
Estávamos eu e Ana na casa da praia, onde passamos o reveillon. Na varanda, eu e ela aguardávamos por nossa vez de tomar banho. Olhávamos a chuva e Ana, subitamente, ergue seu vestido e estica o elástico da calcinha, aparando as gotas do telhado com ela. Eu me surpreendo e pergunto: “- O que é isso, Ana?!” e ela, muito prática e rápida, como sempre responde: “- eu tô lavando a 'pepeca', pra já ir adiantando pro banho...”
Ontem foi o aniversário de seu pai. Ele nos contou que Ana aproximou-se dele e disse que gostaria de lhe dar um presente, mas não sabe comprar nada e achou melhor lhe dar 'tudo o que ela tinha'. Abriu a bolsinha e de lá tirou duas notas de R$ 2,00 e uma moeda de R$ 1,00, totalizando os R$ 5,00 reais que sua avó Doraci lhe dera pra comprar picolé na praia e ela não gastara. Ao entregar o 'presente-dinheiro' Ana ressaltou: “- Ó, papai. Isso é tudo o que eu tenho.”
Ana ainda preocupou-se se daria pra comprar um presente com aquele dinheiro e Alexandre, emocionado, lhe confirmou que compraria muitos picolés com aquilo tudo e ela empolgou-se, mal acreditando.
Outro dia eu e ela estávamos assistindo um seriado que ela gosta na TV e apareceu um menino de terno e gravata, cabelo loiro e escorrido e ela aponta rápida pra ele e me diz: eu acho ele um gatinho!
Ela continua muito interessada em meninos, bebês, casamento e tudo que se relaciona com família. Na praia ela já tinha me dito que seu tipo preferido seria um homem de terno e gravata e cabelo com franja penteada para o lado, bem comprida, como a do Justin Bieber. Agora sei de onde ela tirou essa imagem do ' homem ideal' …
Antes desse episódio da TV, cerca de uns 15 dias antes, estávamos na sala, em casa, e anunciam na TV o cantor Luan Santana. Ela estava de costas, cuidando de sua ' filhinha' e virou-se rápida pra vê-lo. Eu, brincando com ela perguntei se ela gostava dele, se o achava bonito e ela disse que gostava de suas músicas. Eu insisti eela acabou por admitir que também o achava bonito. Eu, bem fofoqueira, contei pros outros, que riram e ela logo me corta, meio constrangida, meio zangada, se justificando: “ - o que é que tem se eu gostar dele? Se eu achar ele bonitinho? O que é que tem isso demais? Eu gosto das MÚSICAS dele, já disse.”
Depois (quando estávamos novamente sozinhas) me disse que não acha ele muito bonito, não, por que ele usa aparelho nos dentes e ela 'não gosta de homem com aparelho nos dentes'. Preferia o Justin Bieber.
Adoro a cara que ela faz sempre que está se divertindo com alguma coisa. Como quando jogava dominó com sua avó Doraci e esta, num descuido, vira-se pra ajeitar a cadeira. Ana, rápida, pega todas as pedras do dominó que havia 'comprado' e devolve para o centro. A avó percebeu e ela riu divertida.
Ou quando o vovô a coloca sobre os joelhos e cavalga. Quando ele pára, ela faz aquela carinha que eu adoro e diz: “- De novo!”
Ana tem muitos comportamentos de adolescente já aos 6 anos, o que é surpreendente para uma criança, mas como é precoce em tudo e tremendamente inteligente, já estamos nos habituando com isso. Resta-nos saber se na adolescência verdadeira, será mais comedida, sem a famosa fase conturbada que se segue...
Ana, beijo da Tia Déia!